Acho que todos conhecem essa foto, é muito comum usarem ela em anúncios publicitários ou até mesmo relembrarem ela, mas poucas sabem a história que tem por trás...
Ela foi tirada meio que por acaso pelo fotógrafo alemão radicado nos Estados Unidos, Alfred Eisenstaedt (1898-1995), durante as comemorações do V-J Day (Victory Over Japan), o dia da vitória aliada sobre o Japão, em 14 de agosto de 1945, no Times Square, Nova York.
O curioso é que, na euforia das celebrações, a foto foi batida tão rapidamente que Eisenstaedt sequer teve tempo de perguntar o nome do casal que teve a sua imagem registrada para a posteridade.
Durante mais de 60 anos a identidade foi motivo de disputa. Pelo menos três mulheres se apresentaram
como a “enfermeira”: Greta Friedman, Barbara Sokol e Edith Shain. A identidade da enfermeira ficou conhecida até o final dos anos 1970, quando Shain escreveu ao fotógrafo dizendo que ela era a mulher da foto tirada no dia 14 de agosto na época em que trabalhava em um hospital da cidade de Nova York.
"Minha mãe sempre estava disposta a enfrentar novos desafios, e cuidar dos veteranos da Segunda Guerra Mundial lhe dava energia para aceitar outra chance de fazer a diferença", disse seu filho Justin Decker em comunicado.
Shain, que morreu aos 91 anos em sua casa de Los Angeles no domingo (23/06/2010), deixa seus três filhos, seis netos e oito bisnetos.
Já o “marinheiro” teve 11 americanos reclamando a autoria do beijo, mas apenas um chegou a ser apontado como o verdadeiro, em 2005. Chamava-se George Mendonça e teve a “aprovação” do Naval War Col- lege, a partir de uma análise das suas tatuagens e cicatrizes.
Mais recentemente, uma nova abordagem, feita por Lois Gibson, uma reputada retratista forense, aponta para Glenn McDuffie. A especialista da Polícia de Houston já tinha fortes indícios de que McDuffie era o “tal” mas quis ter a certeza, comparando o rosto dos potenciais “marinheiros” com o homem da foto. “Pela análise da estrutura dos ossos faciais, eliminei todos os outros candidatos. Para mim, esta identificação é definitiva”, garante Gibson.
Hoje com 80 anos, McDuffie, que luta contra um cancro, não queria morrer sem que alguém confirmasse a sua pretensão. Ele afirma que em Agosto de 1945 estava à espera do metro quando ouviu a notícia da rendição nipónica. “Fiquei tão feliz que saí para a rua. Quando vi a enfermeira, corri para ela e beijei-a.” O par não trocou sequer uma palavra. “Depois do beijo, voltei para o metro e segui para Brooklyn.”
E sobre a sua famosa foto, Eisenstaedt comentou:
"No Dia da Vitória, eu vi um marinheiro que vinha agarrando todas as moças que encontrava. Eu saí correndo junto a ele, com minha Leica, olhando para trás, por cima de meu ombro. Então, de repente, vi alguma coisa branca sendo agarrada. Girei em torno e cliquei o momento em que o marinheiro beijava a enfermeira. Se ela estivesse vestida com um vestido escuro, eu poderia nunca ter tirado essa foto. Se o marinheiro estivesse usando um uniforme branco, o mesmo. Eu tirei exatamente 4 fotos. Isso foi feito em segundos”.
Em 2005, quando o artista J. Seward Johnson foi convidado a participar na exposição anual de esculturas de grande escala exibidos ao longo do Bayfront em Sarasota, na Flórida, ele decidiu recriar a foto numa escultura de 26 pés de altura. Essa obra, reproduzida em várias cidades americanas, encontra-se numa praça ao lado do Midway, em San Diego.
Outro aspecto que merece ser destacado é que existe uma outra foto, do mesmo beijo, tirada pelo fotógrafo Victor Jorgensen, de ângulo diferente, e identificada pelo mesmo título, “O Beijo”. A foto de Victor Jorgensen.
Bom, é isso ai, mais um pouco de cultura inútil para vocês. :D
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