Uma calmaria na tempestade...

Novidades, pensamentos e rock'n roll

Eu não consegui encontrar melhor jeito de descrever esse show, que foi simplesmente surreal. Sim, acho que surreal é a palavra perfeita para descrever o que é ver um beatles de perto. Não foi só o melhor show, foi o melhor momento da minha vida.

Mas isso para um post em um blog não basta, então vou postar o post feito por Rodrigo Branco, da Kiss FM.

A vida é feita de bons e maus momentos, assim organizamos nossas memórias. Porém, existem os momentos mágicos, transcendentes, que estão além da nossa capacidade de explicá-los.
Qualquer palavra, substantivo, adjetivo, superlativo, que eu possa encontrar para descrever o show de Paul McCartney no último domingo, será muito pouco.
Desnecessário dizer que Paul é a maior personalidade viva da música, alguém cuja importância jamais será superada, tal como um Pelé, mas que ao contrário do nosso rei do futebol, continua lotando estádios mundo afora.
A simples expectativa de ver um beatle é algo incomparável para um fã de Rock’n’Roll, mas Paul é mais que isto, foi o grande parceiro de John Lennon, homem de frente do histórico quarteto, compositor de boa parte dos mais importantes sucessos do grupo. Com todo respeito ao genial, saudoso George Harrison, e ao competente e carismático Ringo.
Talvez você não entenda esta devoção, mas é importante lembrar que os Beatles não representam apenas músicas, eles quebraram todos os paradigmas da arte, dos costumes, da sociedade, foram a consolidação de uma revolução cultural que nasceu com o Rock na década de 50, mas que só conquistou o mundo definitivamente com a força do grupo, dando ao estilo o respeito que merecia. E esta revolução alcançou proporções inimagináveis, nem sempre nos damos conta de que se não fosse por aqueles jovens pioneiros, a história poderia ser bem diferente e talvez vivêssemos em um mundo muito mais atrasado. Ou seja, se hoje existem megashows em estádios, se hoje existe uma rádio como a KISS, se hoje cada um se veste como quer, se hoje você pode personificar o Rock sem ser tratado como marginal, muito disto se deve aos Beatles e a este senhor que nos brindou com sua graça quase divina.
Paul tem 50 anos de sucesso, em seus 68 de vida, sendo apenas 10 de Beatles. Nos outros 40, também 10 tocou com os Wings e 30 como artista solo. Sendo assim, deve ser um enorme problema montar o repertório para um show, uma vez que escolher o que tocar entre tantos clássicos, sem decepcionar os fãs, é um a tarefa hercúlea. Enquanto outros pioneiros como Chuck Berry, Jerry Lewis e Beach Boys se limitam a fazer um ‘greatest hits’ com cerca de 50 minutos, uma hora, ou pouco mais que isto, o que fez o bom McCartney? Montou um setlist de 3 horas!
Sinceramente, eu nunca considerei ver um beatle tocando alguns dos maiores clássicos do Rock’n’Roll ao vivo. Esperava no máximo por Hey Jude, Yesterday, Get Back e um ou outro sucesso mais popular. Mas ouvir A Day in the Life, Eleanor Rigby, Lady Madonna, The Long and Winding Road, Day Tripper, Magical Mystery Tour, Paperback Writer, Back in the USSR, Sgt. Peppers e Helter Skelter, foi uma experiência surreal, extra-sensorial. Sem esquecer dos clássicos pós-Beatles, como Jet, Let ‘Em In e a explosiva Live and Let Die, um dos ápices do show.
Alguns momentos foram de beleza ímpar, como em Something, quando as fotos de George Harrison apareceram no telão. Neste instante olhei para o céu, emoldurado por uma bela lua cheia, pontuado de estrelas e foi como se o tempo tivesse parado, como se estivéssemos em conjunção com o cosmos, como se tivéssemos voltado aos míticos anos 60, um momento sublime, de amor, plenitude. E esta sensação se repetiu diversas vezes, um verdadeiro êxtase musical. O mesmo valeu para Give Peace a Chance e as fotos de John. Certeza que ambos estiveram ali em sintonia com a gente.
Aliás, além da música em si, a interação com a platéia foi um show a parte, afinal o Morumbi estava tomado e todos cantavam em uníssono, milhares de corações e mentes vibrando em uma única frequência, formando uma egrégora de paz. Era lindo ver, em centenas de shows que assisti jamais presenciei um espetáculo tão bonito, mesmo porque poucas vezes um artista teve tamanha devoção. Catarse coletiva, por todos os lados pessoas choravam, casais se abraçam, pais, filhos, avós, famílias inteiras, gerações confraternizavam, inclusive eu e os meus, todos devidamente emocionados.
Enfim, eu que sempre fui fã dos rockers rebeldes, sujões, malvados, me ajoelho como bom súdito diante da magnitude do mais “gente boa” de todos eles. Sir Paul McCartney do alto de sua importância histórica, de sua genialidade artística, mostrou que a simplicidade está na alma. Em uma época em que qualquer figurinha pop anda em carro blindado e sequer olha para os fãs, o nosso bom beatle sorriu, se emocionou, brincou, correu, caiu, andou de bicicleta pelas ruas de São Paulo, deu autógrafos, abriu a porta do carro para acenar para os fãs, agradeceu e abraçou o motorista que lhe conduzia, o qual lhe retribuiu com um beijo... Beijo, aliás, que muitos gostariam de dar em uma figura tão simpática. Definitivamente Paul não é deste mundo, ele morreu em 1967 e voltou como uma entidade divina, ele está acima do bem e do mal. Salve Paul!
 Set List

1. Magical Mystery Tour
2. Jet
3. All My Loving
4. Letting Go
5. Got To Get You Into My Life
6. Highway
7. Let Me Roll It
8. The Long And Winding Road
9. Nineteen Hundred and Eighty Five
10. Let ‘Em In
11. My Love
12. I’m Looking Through You
13. Two Of Us
14. Blackbird
15. Here Today
16. Bluebird
17. Dance Tonight
18. Mrs. Vandebilt
19. Eleanor Rigby
20. Something
21. Sing The Changes
22. Band On The Run
23. Ob-La-Di, Ob-La-Da
24. Back In The USSR
25. I’ve Got A Feeling
26. Paperback Writer
27. A Day In The Life / Give Peace A Chance
28. Let It Be
29. Live And Let Die
30. Hey Jude

Bis¹
31. Day Tripper
32. Lady Madonna
33. Get Back

Bis²
34. Yesterday
35. Helter Skelter
36. Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band / The End

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2 comentários:

Realmente, falar desse show é uma missão muito ingrata. Não porque seja ruim, mas porque é indescritível mesmo... eu só escrevi alguma coisa porque me cobraram, mas era só uma nota de rodapé.
a melhor descrição é mesmo aquela cara com aquele sorriso meio bobo...

Adorei!

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